20 junho, 2011

Isa Raposeiras e seu Coffee Lab

Já estava ficando histérica de só eu não conhecer o CoffeeLab.
Quequé isso minha gente? 
 

Fui pra Paraty e me hospedei na pousada da mãe da Isabela Raposeiras (fofa a Dona Ádila, que até deixou um recadinho aqui no blog), fui jantar no Clandestino, da Bel Coelho e serviu-se o café da Raposeiras, a chef e a gerente eram só elogios pra Isabela, o prêmio da Prazeres da Mesa 2011 demelhor barista foi pra ela.  E só eu não conhecia nem a Isa, nem o Coffee Lab!!

Não pode. 
Já pro Coffee Lab!

O Coffee Lab fica na badalada Vila Madalena em um sobrado de fachada discreta, mas o aroma de café denuncia que você esta exatamente onde queria.


Chegamos lá por volta das 17hs de sábado e demos de cara com a Bel Coelho de saída. Chegamos no exato momento que a coisa começou a pegar fogo. Por muito pouco não conseguimos um cantinho pra sentar.

O salão é bem curioso com paredes de concreto aparente, piso de tacos de madeira, a rede elétrica toda aparente dando um ar de inacabado, os lustres são canequinhas de esmalte fofas, mesas, cadeira, poltronas espalhados e um balcão de madeira para acomodar um grupo maior. 



Na entrada sacos de café!



Um conjunto de prateleiras abriga os pacotes de grãos de café selecionados pela Raposeiras, assim como acessórios e máquinhas de café, tudo para você satisfazer seu lado consumista.


O laboratório fica ali exposto sem divisórias e você assiste o dançar dos baristas e funcionários. As anotações são feitas ali direto nos azulejos brancos.
No outro salão tem uma máquina de torra, onde a Isabela faz sua própria torragem. Linda, com o símbolo (genial) da Raposeiras.


No andar de cima Isabela ainda dá cursos, consultorias e treinamentos.

A equipe é agitada, o tempo todo pra cima e pra baixo, todos vestidos com um macacão. E lá estava Isabela, tão corrida como qualquer outro funcionário, na labuta. Fazendo cafés, atendendo os clientes, tirando as dúvidas.

Um dos funcionários que nos recebeu logo explicou: “aqui temos uma torneira com água filtrada, pegue seu copo ou jarra e sirvam-se a vontade!”


  
No cardápio resolvemos provar alguns “Rituais”.
Isabela veio no nosso cantinho nos trazer nossa primeira degustação. O mesmo blend feito de maneiras diferentes, uma no aeropress e outra na máquina de espresso. A diferença é gritante e vale a experiência.
Pra quem não conhece o aeropress nada mais é que uma seringona. Coloca-se o pó, a proporção certa de água e empurra-se o embolo. O café resultante é um meio termo entre o café de coador e o da máquina de espresso.

café de aeropress

#sou tiéte mesmo!

Eu apaixonei de vez no café de aeropress!

O segundo ritual que fizemos envolvia um espresso e cream cheese. De acordo com a Isabela, deveríamos tomar o café, degustar o cream cheese e voltar a tomar o café. Impressionante o efeito do queijo no sabor do café, é como se ele suavizasse o forte do espresso.

O terceiro ritual teve a mesma idéia, mas tomamos um blend feito no aeropress e harmonizamos com flor de sal do Himalaia.


E por ultimo buscamos a interação de uma Grana Padano no café espresso.


Em todos os rituais a Isabela esteve conosco, fazendo o café, explicando a idéia, o conceito, tirando nossas  dúvidas, sempre muito solícita, cuidadosa e atenciosa. Não é a toa que essa moça está tendo tamanho reconhecimento pelo seu trabalho!
E depois de judiar do estomago com tanto café, pedimos uma porção de polvilho com cream cheese e de novo a flor de sal do Himalaia pra degustar.


Isabela ainda voltou no nosso cantinho pra saber o que achamos da experiência toda e engatamos num bate-papo despretensioso e delicioso! Falamos do café lá fora, dos melhores e piores produtores, da cultura de café em São Paulo, nas cidades do interior, no mundo, falamos de gastronomia, restaurantes, chefes, falamos da vida.
A Isa tem uma sabedoria imensa e é uma pessoa simples, descomplicada de se conversar. Alguém que encanta os ouvintes ao falar sobre o que mais entende sem parecer exibida. Alguém te faz perceber o quanto te falta informação sobre o tema (café) e você nem se magoa com isso. Uma pessoa que te faz querer saber mais.
E imaginar que a supra-sumo do café gosta de café fraco e dilui o próprio café, é pelo menos curioso! 

Tudo que ouvi sobre ela tem fundamento, como profissional e como pessoa. Toda charmosa, com seus olhos claros e seus traços de menininha, mas quando você conversa com ela compreende a mulher bem resolvida que é. Uma profissional talentosa e esforçada, admirável pelo que vem fazendo, da forma que vem ensinando as pessoas a apreciarem um café. 
O Coffee Lab estava completamente cheio, sinal de que ela está colhendo tudo quem vem plantando. Merecidamente.


 Ps. Isa, segui seu conselho de programa pra sábado a noite! Valeu a pena, mas depois eu conto isso!

...essa história fica pro próximo post!




Coffee Lab
Rua Fradique Coutinho, 1340 - Vila Madalena
Fone: (11) 3375-3400

2 comentários:

  1. Agora eu quero uma aeropress!!!

    Amei o post! Hoje fui no Pão de Açúcar ver se encontrava alguma novidade...nadica...Vamos ver se consigo algo interessante para quando vocês vierem para cá.

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  2. dizem do café com letras, temperado a requinte, queimando impropérios em seu despoder legítimo, cortês. Café é bebida sóbria, de gente com fome, apetite diferente, desses que não doem o corpo, dor que não se espalha em mente. Café é pra mor de sustento outro, formação de prosa. Café não se lê sem fé, não se suga sem letra.

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